sexta-feira, 13 de maio de 2022

Por Este Menino Orava Eu


 

Por Este Menino Orava Eu


Muitas mães oraram por um filho com palavras semelhantes, mas bem menos deram seus filhos de volta para o Senhor com estas palavras. A realidade e propósito de coração dessa querida mulher, Ana, é admirável. Ela entendeu e queria cumprir seu papel de mãe, mas o Senhor havia fechado o seu ventre. As dificuldades e os exercícios que Ana passou para obter um filho podem seguramente encorajar cada mãe. Ela lidou com a rivalidade da outra esposa, Penina, e com a angústia que isso produzia em sua própria alma, e, embora seu marido a amasse, ele não entendia a necessidade dela; depois, Eli, o sacerdote, foi duro com ela. Nenhuma dessas adversidades a impediu de persistir. Ela foi ao Senhor em oração. Seu pedido foi atendido quando ela abdicou de ter um filho para satisfazer seus próprios desejos e prometeu dedicá-lo ao Senhor. Vemos mais tarde como o Senhor precisava daquela criança para testemunhar e substituir os falhos sacerdotes da família de Eli.


O marido, a outra esposa e o sacerdote

A família de Elcana era uma família piedosa que subia a Siló todos os anos. Mas o desejo de Ana por um filho era tão intenso que ela não conseguia estar feliz. Esse desejo de ter filhos era legítimo. A quem ela poderia recorrer com esse problema? Elcana, o marido, tinha filhos com sua outra esposa. Não nos é dito como ele veio a ter duas mulheres, mas seu comentário sobre ele ser melhor para ela do que dez filhos foi extremamente egocêntrico. Tampouco ele estava agindo como “coerdeiros da graça da vida” com Ana. Sim, ele a amava e deu a ela uma porção digna, mas ele não conseguia entendê-la ou ajudá-la com a dor de alma que ela sentia.


Para piorar as coisas, Penina, a outra esposa que tinha filhos, a provocava e tornava a vida miserável. Essa provocação fazia com que fosse difícil para Ana subir à casa do Senhor, pois ela não tinha filhos pelos quais agradecer ao Senhor como Penina. O melhor que Ana podia fazer nessa situação era orar ao Senhor somente.


É triste ver Eli, o sacerdote, sentado em uma cadeira junto ao templo. Ele deveria estar de pé e ministrando às necessidades do povo em vez de estar se esbaldando. Ele não teve um bom discernimento a respeito de Ana, e sua família era uma desonra para o Senhor. Todo o Israel podia ver essas falhas, mas nenhuma dessas circunstâncias impediu Ana de ir à casa do Senhor para orar. O Senhor ainda estava lá, e Ele podia responder orações. Quando Eli descobriu que ela era uma alma piedosa orando ao Senhor, ele prometeu a ela que o Senhor lhe daria a petição que ela havia feito. Ela creu na palavra e já não mais era triste. Sua humilde resposta é bela: “Ache tua serva graça em teus olhos”. Ela tratou a resposta como um ato da graça de Deus. “Bom é que o coração se fortifique com graça.” Este é um terreno de bênção garantido. Nós, com frequência, tratamos as respostas às nossas orações como algo merecido.


Consagração

O nome Ana significa “graça”. Ela fez jus ao seu nome. Quando o Senhor lhe deu um filho, ela não reivindicou o filho como seu, mas o consagrou ao Senhor. Isso não foi algum tipo de barganha com o Senhor por causa do que Ele faria ou havia feito, mas um ato voluntário de dedicá-lo ao Senhor para o Seu serviço. Aqueles de nós que são pais podem muito bem considerar esse exemplo no que diz respeito aos nossos filhos. Nós os criamos conforme nossos próprios desejos, ou para o Senhor?


Depois que Samuel foi desmamado, chegou o dia de apresentá-lo ao Senhor. Lemos, “E, havendo-o desmamado, o levou consigo, com três bezerros e um efa de farinha e um odre de vinho, e o trouxe à Casa do SENHOR, a Siló. E era o menino ainda muito criança. E degolaram um bezerro e assim trouxeram o menino a Eli” (vs. 24-25). Esses sacrifícios que acompanharam a apresentação da criança ao sacerdote têm uma lição para nós. Eles mostram que a propiciação que Cristo fez para Deus é o meio pelo qual a criança podia ser, de modo aceitável, apresentada a Deus. Os sacrifícios apresentados com o menino tornaram a criança digna de ser apresentada ao Senhor. Esta é a única base correta sobre a qual os pais podem dedicar seus filhos a Deus. Podemos pensar que o ato de consagrar nossos filhos ao Senhor seja, por si só, digno o suficiente para que sejam aceitos. E quanto mais um pai (ou mãe) piedoso investe em instruir e guiar seus filhos sem uma percepção consciente da obra de Cristo por eles e neles, mais o pai (ou mãe) será enlaçado por considerar seus filhos como aceitáveis a Deus à parte de Sua graça. Precisamos ver que tudo é por graça. Os sacrifícios que Elcana e Ana ofereceram ao dedicar a criança ao Senhor provam que eles, como pais, se apegaram ao princípio da graça.


Deixe-me repetir essas coisas de um outro ponto de vista. Quando nós, com tristeza, como pais, vemos que nossos filhos não seguem adiante no Senhor, não culpemos o Senhor por isso. Em essência, isso seria tratar tudo o que fizemos como algo que deveria ter sido aceitável a Deus. É cair da graça como a base de todas as bênçãos. Sim, somos responsáveis por fazer todo o possível para criar nossos filhos para o Senhor, mas mesmo o melhor que podemos fazer, ao consagrar nossos filhos ao Senhor, não é suficiente para torná-los aceitáveis a Deus. Perceber essas coisas nos manterá humildes e, ao mesmo tempo, nos tornará diligentes quanto à nossa família.


Humildade

Existe uma diferença entre humildade e autocondenação. Quando fracassamos com nossos filhos, devemos examinar nossos caminhos e reconhecer nossas falhas diante do Senhor. Mas arrependimento é mais do que admitir que falhamos em certas áreas, é reconhecer que tudo o que diz respeito a nós na carne é ruim. Condenar a nós mesmos pelo que fizemos é permanecer focado no objeto errado. Porventura acreditamos que, tendo uma segunda chance, faremos melhor? Vamos, antes, recorrer à graça de Deus para fazer o que não podemos fazer e, com humildade, aceitar as consequências de nossos fracassos, contando com Deus para trazer bênção.


Há também o lado soberano de Deus na questão a ser considerado. Ele tem um plano soberano de bênção para todos aqueles que Ele chamou, e nada impedirá Sua bênção. Ele é capaz até de tornar o mal em bem. O rei Davi falou disso quando percebeu que não havia mantido sua casa de maneira justa e ordenada. Ele disse, “Ainda que a minha casa não seja tal para com Deus, contudo estabeleceu comigo um concerto eterno, ordenado em todas as coisas e certo. Pois essa é toda a minha salvação e todo o meu desejo, ainda que Ele não a faça crescer” (2 Sm 23:5 – KJV). Davi reconheceu o seu fracasso, mas, assim como Ana, ele se apoiou, com fé, nas promessas de Deus de abençoar sua casa; ao mesmo tempo, foi submisso ao esperar até que fosse o tempo de Deus de fazê-la crescer. Que o Senhor nos dê essa paciência de fé n’Ele.


Adoração e louvor

Ana prosseguiu, dizendo: “Ah! Meu senhor, viva a tua alma, meu senhor; eu sou aquela mulher que aqui esteve contigo, para orar ao SENHOR. Por este menino orava eu, e o SENHOR me concedeu a minha petição que eu Lhe tinha pedido. Pelo que também ao SENHOR eu o entreguei, por todos os dias que viver; pois ao SENHOR foi pedido. E ele adorou ali ao SENHOR” (1 Sm 1:26-28). O verdadeiro coração de mãe se satisfaz quando adoração ao Senhor é apresentada por seu filho, e ela é mantida em segundo plano. A adoração e o serviço de seu filho ao Senhor são o produto de anos de trabalho cuidando da criança para o Senhor.


É bonito ver que, após entregar seu filho para servir ao Senhor, Ana não retorna para a sua antiga tristeza. Quando ela entrega seu filho ao Senhor, Ele enche o coração dela de comunhão com Ele. Ela ainda tinha tudo pelo que havia trabalhado. Seu coração não estava centrado apenas no filho, mas no Senhor com seu filho. Seu coração se encheu de louvor ao Senhor, e ela o proclamou. Sua oração que vem em seguida é realmente uma canção de louvor. Assim é, quando as mães chegam ao topo de apresentar seus filhos ao Senhor como filhos espirituais para Ele, como neste instrutivo exemplo de Ana.


D. C. Buchanan


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